Exigidos horários claros<br>na limpeza de Lisboa

Cerca de 800 trabalhadores do Departamento de Higiene Urbana e Resíduos Sólidos da Câmara Municipal de Lisboa participaram num desfile, dia 26, quinta-feira, do Mercado da Ribeira até aos Paços do Concelho, reclamando que Carmona Rodrigues clarifique as alterações introduzidas no serviço e o futuro daquele sector.
No dia 25, à noite, e no dia 26, de manhã, o Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa realizou dois plenários gerais do pessoal do DHURS, no Mercado, onde aprovaram uma moção a exigir que o presidente da CML abra, de imediato, negociações com o STML/CGTP-IN, sobre a decisão de eliminar trabalho suplementar e as suas implicações na normal prestação do serviço de limpeza da cidade.
«Há uma necessidade urgente de se clarificarem as recentes alterações introduzidas no serviço de recolha de lixo e limpeza urbana, medidas que não são reflectidas e têm em vista apenas a redução das verbas», disse à Lusa o presidente do STML. Libério Domingues explicou que o departamento da Higiene Urbana trabalha 24 horas por dia, mas apenas estão definidos dois turnos de trabalho (das 8 horas às 16.30 e das 22.30 às 5 da manhã), de segunda a sexta-feira. Esta situação implica um recurso às horas extraordinárias para garantir a limpeza da cidade.
Como a CML decidiu reduzir o pagamento das horas extraordinárias, os trabalhadores exigem a clarificação dos horários de trabalho, já que, ao eliminar as horas extraordinárias, a Câmara elimina tempo de trabalho.
«Esperamos que o presidente assuma, na primeira pessoa, a discussão directa de matérias que não põem em causa apenas os direitos dos trabalhadores, mas também a eficácia deste serviço, que queremos que continue a ser público», afirmou Libério Domingues, salientando que o equilíbrio das finanças da Câmara não pode ser feito à custa de alterações que vão pôr em risco a qualidade e a quantidade de um serviço prestado à população de Lisboa.
A moção aprovada nos plenários foi entregue ao chefe de gabinete do presidente da Câmara. No documento, exige-se a clarificação das regras de organização de trabalho, com a consagração dos princípios de equidade e rotatividade na prestação de trabalho suplementar, de modo a abranger de forma igual todos os trabalhadores.
Chama-se a atenção para o facto de que o volume de trabalho tem vindo a agravar-se, com a entrada em funcionamento de novos métodos de recolha de lixo, como as recolhas selectivas e orgânicas, e com a organização de eventos. Além disso, mantém-se a necessidade permanente de prestação de serviço ao fim-de-semana. Salientam os trabalhadores que este aumento de tarefas não teve correspondência em relação ao número de trabalhadores.


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